Buenas, caríssimos leitores deste espaço de vida breve.
A partir de agora meus textos sobre o nosso Figueira Maior Alvinegro do Mundo não mais serão postados aqui.
Quem quiser me acompanhar poderá fazê-lo em dois diferentes espaços:
Postagens diárias, sempre as 10:00 no site: www.meufigueira.com.br;
E postagens pré e pós-jogo no portal: www.todoesportesc.wordpress.com
No mais, obrigado pela audiência e nos vemos nos outros endereços!
Saudações Alvinegras, Don Mattos.
quarta-feira, 10 de abril de 2013
segunda-feira, 18 de março de 2013
Bom, bom, bom não tá. Mas tá bom.
As bailarinas ficaram todas
serelepes após a partida de ontem. Jogando dentro de casa como se estivessem
fora, estouraram garrafas de Cidra Cereser sabor maçã no camarim do Balé Bolshoi,
para comemorar o ponto conquistado contra o Maior de Santa Catarina.
Joguinho tacanho, onde após um
sustinho no começo, uma ameaça por parte delas e um gol achado meio que sem
querer, o Furacão ajeitou a casa e
dominou o restante da partida.
No primeiro tempo, após o gol
delas, ocupamos os espaços e detivemos o domínio territorial da partida.
No segundo tempo, com um pouco
mais de ousadia ao colocar em campo um 4-4-3 mais agressivo, não deixamos as
bailarinas verem a cor da bola. Mesmo sem apresentar um futebol a altura da
nossa bela camisa, tivemos um domínio absoluto do jogo premiado com o gol de
empate no último quarto do cronômetro. O empate considerado justo por elas, nos
desceu com o gosto amargo, uma vez que os 3 pontos estiveram sempre ali se
exibindo para nós, louquinhos para deixarem a terra da chuva e voltarem na
bagagem alvinegra para a cidade mais bonita do Brasil.
Apesar do domínio relatado acima,
os meninos do Adilsão ainda não apresentaram o futebol que a maior torcida de
Santa Catarina quer assistir, mas tá melhorando, importante que se diga. Botti –
aquele que voltou sem ter ido – não faz
jus a nossa sagrada camisa número 10, por conseguinte, a criação do meio campo
alvinegro tem deixado nossos atacantes penarem na míngua. Botti vem se confirmando com uma das piores relações custo-benefício da
história do FIGUEIRENSE. Contratado para substituir o saudoso Maicon, que hoje possui cadeira cativa
no banco de reservas dos Bambis, tem jogado muito pouco – tanto em quantidade
quanto em qualidade – e prova em cada um dos poucos minutos que joga, que qualquer
um dos três atletas cruelmente defenestrados da Avenida Santa Catarina (FernanDEZ, Wilson e Túlio), seriam de
muito mais valia para nosso atual elenco do que ele.
Contudo, entretanto, porém e
todavia, voltar com um pontinho do norte do estado não é de todo ruim,
principalmente se considerarmos o balaio de desfalques que obrigaram o Adilsão
velho de guerra a reconfigurar toda a nossa meiúca. Dada nossa confortável
situação na tabela, o mais importante é pontuar sempre, e isso temos feito com
muita eficiência.
Vale ressaltar que, além do
ponto, trouxemos na bagagem também a cabeça de Artur Neto, decepada após a
evidente impossibilidade de encarar o Maior
de Santa Catarina.
O início deste returno tem se
mostrado bastante parecido com o primeiro, uma vitória e um empate, com a
diferença que, em ambos os jogos da volta, jogamos bem melhor do que nos jogos
da ida, o que evidencia nossa evolução tática e técnica. Mantendo a toada, na próxima partida serão mais 3 pontos na arrecadação alvinegra.
Agora é dar uma paradinha na
Palhoça para a boleirada pegar cuecas limpas, tomar um cafezinho, uma coxinha
com Pureza e, em seguida, tocar para o Velho Oeste catarinense para, assim como
fizeram os Jesuítas ao chegarem no Brasil, catequisarmos a Indiarada em homenagem
ao novo Papa.
Saudações Alvinegras!
sábado, 16 de março de 2013
Hora de aproveitar a crise nos camarins do Balé Bolshói!
Neste domingo teremos a
oportunidade de praticamente selarmos nossa participação no quadrangular final
do Campeonato Varzearinense. Nossa disputa está razoavelmente equilibrada e
nivelada por baixo, muita gente com chance mas, nesse bolo todo, estamos com
uma boa pontuação acumulada e, mesmo que amanhã não saiamos da terra da chuva
com os três pontos, não deveremos ter maiores dificuldades para nos garantirmos
no mata-mata decisivo.
A turma do Balé Bolshói está na
TPM, um ensaio de crise ronda o camarim das bailarinas e o cenário pode nos ser
favorável. Contudo, fácil não deve ser. Cada vez que calçam suas sapatilhas
neste campeonato, enchem a torcida de incertezas, é sem dúvidas o time que mais
oscila entre partidas espetaculares, e fiascos que imploram pela chacota
adversária.
Adilsão deve colocar em campo um
FIGUEIRENSE diferente do que vimos até aqui, com mudanças tanto por necessidade
quanto por opção. Algumas suspensões, alguns jogadores tratando os seus pisados
no pronto socorro da Palhoça, e a possibilidade da estreia de André Rocha são a
tônica da formatação do esquadrão alvinegro para este embate. Se for confirmada
a nova carcaça a vestir nossa camisa número 2, o dedicado Maylson pode
finalmente voltar a exercer a função para a qual foi contratado: fazer a bola
rolar no meio de campo.
Se voltarmos de lá molhados da
chuva mas com os três pontos de carona no ônibus da volta, côzalinda. Caso as
bailarinas caprichem nas suas piruetas e firulas acrobáticas ao vestirem o collant
tricolor e nos vençam, não é motivo para desespero. Perder neste domingo também
terá um aspecto positivo, que é meter um pouco mais de desespero na turma da
paquita. Ou seja, o resultado que vier, vem bem.
O negócio é manter o ritmo da
evolução homeopática na bola jogada, continuar pontuando com consistência e tentar
aproveitar o momento conturbado no camarim das bailarinas para garantirmos o
quanto antes nosso merecido lugar no mata-mata.
Saudações Alvinegras!
domingo, 10 de março de 2013
Pré-jogo: MAIOR DE SC X Bugre da Pinheira
Agora vamos falar sério, chega de
conversa fiada!
Começa hoje o segundo turno para
o Maior de Santa Catarina, não existe mais espaço para "time em formação",
"melhora de preparo físico", "estamos evoluindo" e demais desculpas ensaiadas de
fim de jogo, já existe um time na ilha de Santa Catarina fazendo - e muito bem - este papel,
ocupemos, pois o que nos cabe: o de protagonista. Agora é jogar pra valer e
mostrar por que somos o time catarinense com o maior número de participações na
série A.
Apesar de termos duas prováveis
estreias – Ricardinho e André Rocha - , não dá mais para esperar entrosamento,
este já devia haver há tempos. Minha esperança é que com a entrada de
Ricardinho, ele passe a fazer o papel que antes o Toscano estava fazendo, de
correr para dar o primeiro combate na subida dos laterais, e tenhamos nosso
centro-avante posicionado na frente da área, a espera da bola certa para
concluir em gol.
André Rocha não joga uma partida oficial
desde maio do ano passado, mas duvido que faça pior do que o Peter. Vai pro
jogo, meu querido, vai lá e vê se dá jeito na nossa camisa 2, desde a partida
de Bruno que ninguém se entende com ela.
Ainda não é Páscoa, mas além dos
ovos de chocolate que já habitam os corredores dos supermercados, talvez
presenciamos o milagre da ressurreição do Botti, mas diferente daquele outro
que ressuscitou após o terceiro dia, nosso meio-campo que há mais de um ano não
justifica o salário que ganha, ressuscitará após o terceiro mês. Se for pro
jogo, rezo para que ele tenha vindo do mundo dos mortos cheinho de inspiração,
mais brilhante do que os mais brilhantes anos de FernanDEZ, e dê um jeito no
nosso moribundo setor de criação.
O discurso do Adilsão tem vindo
de encontro com o que espera a torcida: mudança de atitude. Como já disse em
outros posts, tá mais do que na hora de acrescermos bom futebol aos pontos
acumulados até aqui, até por que, um não se sustenta sem o outro.
Vamos enfrentar um bugre da Pinheira
ainda meio zonzo pela patrolada que levaram das bailarinas, e moralmente, seria
bom que aplicássemos também uma vitória com autoridade, até por que o jogo
seguinte é justamente contra as meninas do Bolshoi lá no camarim delas. Mas
quando digo “seria bom”, não estou afirmando que faremos tal goleada. O Bugre
da Pinheira está no desespero, tanto quanto podem entrar em campo abalados pelo
atropelamento, podem entrar cheios de discurso motivacional nas veias, algo do
tipo “joguem pela família de vocês, honrem os seus filhos, blá-blá-blá”, e
tentem mostrar contra o Furacão do Estreito a famosa melhora da morte.
O FIGUEIRENSE deverá entrar em
campo num experimental 4-4-3, enquanto o Bugre da Pinheira deverá vir no
tradicional esquema tático: VAMO-LÁ-PORRA!
Sou mais o nosso.
Sem mais delongas, dia do índio é
só em abril, e a instabilidade do tempo em Santa Catarina se mostra totalmente
favorável para a passagem de um arrasador Furacão.
Saudações Alvinegras!
(PS: Mauro Ovelha, um beijo pra ti, ixtimado!)
sábado, 9 de março de 2013
segunda-feira, 4 de março de 2013
Apita o árbitro, fim do primeiro tempo!
Não pude comparecer ao Scarpelli
no jogo do último sábado, o fatídico empate contra o time da WEG.
Contudo, encerrado o primeiro
turno algumas análises já são possíveis.
Nosso time pontuou muito bem, mas
jogou muito mal.
Precisamos de uma revolução no
futebol praticado até aqui, ou estaremos fadados a uma participação coadjuvante
nas semifinais. Pela pontuação adquirida, estamos totalmente credenciados a uma
das três vagas restantes, será difícil não estarmos lá, mas se continuarmos com
a mesma bolinha murcha, chegar as finais será pouco provável.
Adilson Batista prometeu no
início do ano, que o time estaria jogando bem entre a quinta e sexta rodada.
Não cumpriu a promessa. Sim, nosso time já está meio definido, já sabemos
razoavelmente bem quem são os preferidos do Adilsão, mas eles não têm feito jus
à bela camisa que vestem. Entendo, não é tarefa simples dividir os coletes de
titulares num time totalmente novo, sem uma base da temporada anterior, e
esperar que este amontoado de boleiros já apresente alguma coisa parecida com
bom futebol de imediato.
Contudo, algumas coisas já se
desenham. Nossa zaga está definida, e não é ruim. Sim, pecou em alguns
momentos, mas nada que desabone a média geral das atuações de Douglas Silva e
Thiego.
Nossos volantes não convencem. A
exceção de Tinga, todos os outros testados deixaram muito a desejar. A torcida
é quase unânime na opinião de que, no atual elenco, o jovem Jackson teria
espaço garantido na equipe titular, mas Adilsão não compartilha da nossa
opinião, logo, nem no banco o menino tem aparecido. Diante das opções que nosso
treinador tem nas mãos, fica mais do que evidente o quão bem cairiam nesse time
Túlio e Fernandes. O primeiro daria a serenidade que nossa zaga precisa e muita
qualidade na saída de bola, o segundo seria o armador que hoje não temos. Muito
se reclama do Toscano – que foi bem na última partida – mas poucos levam em
consideração que o rapaz quase não recebe bolas, que precisa voltar para buscar
a jogada, marcar a subida do lateral adversário ao invés de estar posicionado
no ataque, para receber as bolas que deveriam vir do camisa 10 que hoje não
temos. Tivéssemos apenas estes dois no nosso elenco, Túlio e Fernandes, com
certeza o futebol já seria bem melhor do que este apresentando até agora.
Nossas laterais não funcionam por
falta de peças. Hélder é um pereba de pai e mãe, e comprova este status a cada
nova temporada disputada com a camisa mais bela do mundo. Não temos lateral
direita, Maylson vai quebrando um galho, mas não é o cara certo para aquela
posição. Vamos ver se André Rocha vai resolver o problema, mas acho pouco
provável que um cara parado há quase um ano, chegue e se torne a solução da
noite para o dia. O rapaz vai precisar de tempo para readquirir ritmo de jogo.
Nosso ataque é refém das preferências
táticas do Adilsão. Héber não é ruim, mas parece que já se machucou de novo.
Toscano sabe fazer gol, mas na maior parte dos jogos tem sacrificado a função
do seu ofício – fazer gols – em prol da aplicação tática que o nosso treineiro
tanto valoriza na boleirada que comanda. Diz que Ricardinho vem para “bagunçar
esquema tático adversário”, vamos ver no que vai dar. Quem sabe, com ele em
campo, o Toscano não possa ficar mais dedicado aos gols que a torcida quer
vê-lo marcar, do que aos laterais que o Adilson pede que ele marque.
Agora é jogar sério, o segundo
turno já está aí e com um cenário que pode nos ser muito favorável.
A galera do supermercado e a
turma da paquita, cada um mergulhado numa crise interna e num futebol sofrível,
terão que se desdobrar para almejarem alguma coisa diferente no varzearinense.
O que recai sobre eles não é apenas a responsabilidade do protagonismo que
deles se espera no nosso campeonato, mas o fato de um estar na série A, e outro
ter feito as contratações mais caras e badaladas entre as dez equipes que
disputam o caneco. Para dificultar estes dois, o time da Oktober vem mostrando
um futebol pequeninho, mas firme e consistente, aposto que estará entre os
quatro semifinalistas. As bailarinas oscilam entre o espetáculo e a tragédia.
Num dia fazem o melhor jogo do campeonato e garantem a vitória numa virada
sensacional, no outro perdem para o time da WEG para, em seguida, aplicar a
maior goleada do campeonato até aqui sobre o indefeso Bugre da Pinheira.
Ou seja, no meio dessa briga de
foice no escuro, temos que continuar quietinhos, na nossa, conquistando os
pontinhos necessários que nos assegurarão nas semifinais, ir melhorando o time,
tentando fazer com que os meninos do Adilsão consigam acertar passes de dois
metros de distância e, enquanto isso, deixar que o resto do povo se esfaqueie
na busca pelos pontos que acumulamos nesta primeira etapa do varzearinense.
Meu palpite para as semifinais?
Chapecoense
Joinville (campeão do returno)
Figueirense
Metropolitano
E, digo mais, apesar de não
levarmos nenhum dos turnos, ficaremos em primeiro lugar pela pontuação geral,
garantindo a decisão no Scarpellão.
Saudações Alvinegras.
sexta-feira, 1 de março de 2013
Luto Mané, se foi o Chico Peixeiro
Há momentos que tornam até uma
rivalidade quase centenária insignificante.
Rivalidade não pode nunca tornar-se sinônimo de inimizade. Meu irmão e melhor amigo é avaiano, assim como, tenho certeza, todos os alvinegros têm nas suas relações parentes, amigos, esposas, vizinhos enfim, algum avaiano com quem convive diariamente e gosta muito.
Rivalidade não pode nunca tornar-se sinônimo de inimizade. Meu irmão e melhor amigo é avaiano, assim como, tenho certeza, todos os alvinegros têm nas suas relações parentes, amigos, esposas, vizinhos enfim, algum avaiano com quem convive diariamente e gosta muito.
Morreu o Chico Peixeiro, torcedor
símbolo do Avaí mas, mais do que isso, uma figura folclórica desta ilha onde,
hoje em dia, os nativos são quase minoria.
Não foi a torcida do Avaí que
perdeu, foi a ilha, foi Nossa Senhora do Desterro, fomos todos nós, manezinhos.
Fica a sua peixaria, seus filhos
e a saudade de um tempo que ele representava para todo mundo que tem orgulho de
falar meio acelerado e com “s” chiado.
Aos filhos, meus sinceros
sentimentos e um forte abraço alvinegro.
Hoje, não o alvinegro do meu
Figueira, mas um alvinegro feito do branco da paz e o preto do luto de todos
nós, manézinhos.
Serve a saideira do turno aí, Adilsão!
Assim como finda o papado do
alemão, lá no Vaticano, finda neste fim de semana o turno do campeonato
varzearinense. O Maior de Santa Catarina entra em campo com a missão de dar
fim, também, à bobiça que anda enchendo de entusiasmo todos os dezoito
torcedores do time da WEG.
No lugar que nos pertence por
direito e tradição – a parte de cima da tabela – a coisa está bem definida. A
Indiarada já assegurou o caneco e ninguém tira das nossas mãos a posição que,
em âmbito nacional, dizem pertencer ao Vasco da Gama.
Mesmo assim, os meninos do
Adilsão devem entrar em campo conscientes de que tarrafear os 3 pontos em
disputa não é uma possibilidade, é obrigação. Jogaremos em casa contra um time
que está ajeitadinho e todo faceiro pelos dois êxitos recentes, mas tá na hora
de botar ordem na bagaça e mostrar que time grande não passa aperto contra time
pequeno. Não tem essa de empate heroico depois de sair perdendo de 3 para um
time do Aririú, isso é coisa de abobado da cabeça. Temos que entrar, fazer o
resultado e depois os rapazes estarão liberados para tocarem para o Idem Bar,
Sexy, Bokarra, ou seja lá onde for que gostem de pegar sereno. Mas isso é só depois, agora é
jogar sério.
Não precisamos de nenhum dos
turnos, mas de todos os pontos possíveis.
O varzearinense é tão legal que,
mesmo que não levemos nenhum dos turnos, caso a Indiarada dê uma arregada no segundo
turno, se continuarmos pontuando como pontuamos até agora podemos ficar em
primeiro lugar geral e, assim, garantir a decisão na Avenida Santa Catarina.
O time da WEG tá embalado, caso
faturem uma improvável vitória em cima do Furacão, ficarão a apenas um ponto de
distância da gente. Agora, ganhando os bem vestidos, chegamos aos 19 pontos e,
pela distância que abriremos dos demais, encaminhamos muito bem nossa vaga nas
semifinais pelo índice técnico.
Agora chega de papo, chega de
nhém-nhém-nhém, é vestir preto e branco e mostra na bola a imposição que estas
cores já impõem ao natural. Ô Adilsão serve a saideira, o time da WEG têm que tomar!
Desmarca lá com teus amiguinhos,
sábado o esquenta para a balada é no Scarpelli, e tenho dito.
Saudações Alvinegras!
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
Milagre não se serve com farinha
2007 foi uma coisa linda, a safra
foi tão violenta que o mar não parecia suficiente para tanta tainha. Se
duvidar, até em árvore deu tainha.
Era tainha ovada a menos de
R$5,00 o quilo, côzalinda de se ver.
Antes disso e de lá pra cá, em 33
anos de vida não me lembro de outro período com tanta bonança peixeira. Pelas
minhas consultas, aliás, antes disso só aconteceu quando o magrão cabeludo e de
barba saiu por aí mandando multiplicar peixe, pão e vinho. E isso também já faz
bastante tempo. Dizem que ele vai voltar e repetir os milagres, mas mesmo que o
faça, serão dois milagres em pouco mais de dois mil anos.
Ano passado levamos uma coça da
turma da paquita nas finais do catarinense. Sim, talvez você não goste de
admitir, mas levamos uma coça. Dois jogos em que aceitamos a imposição
adversária e não soubemos fazer valer o peso da nossa bela camisa.
Acontece que hoje, com metade do
campeonato varzearinense praticamente findada, a turma da paquita tem se
agarrado no evento do ano passado para querer crer que, novamente, conseguirão
sair das cinzas para levantar o caneco. Nos chamam de vigias e afins, tentando
convencer a si próprios de que aquele milagre improvável acontece com a
frequência cotidiana de um prato feito em posto de beira de estrada. Calma,
meninas, a coisa não é bem assim, milagres não são servidos com farinha.
O que aconteceu ano passado foi
fruto de alguma baderna interna que nunca soubemos exatamente o que sucedeu.
Não é possível que um time certinho – embora nenhum primor – tenha se deixado
abater do jeito que foram os dois clássicos finais. Deve ter dado alguma merda
grande entre Branco-time-diretoria, pois mesmo com as derrotas, uma campanha
como aquela seria suficiente para sustentar o técnico no brasileirão, coisa que
não ocorreu.
No jogo de despedida do Wilson e
do FernanDEZ, conversei com o Chico Lins e tentei sondá-lo a respeito, mas
nosso saudoso ex-gerente deu aquela desconversada, sempre muito educado e
respeitoso com o local e com aqueles com quem trabalhou, mas no fim das contas
foi evasivo.
O Figueirense não é um time que
amarela em decisões. Gostamos delas. Somos habituados a elas.
Sim, perdemos a final da Copa do
Brasil, mas não por amarelar. Perdemos por que jogamos contra um time que era
melhor do que o nosso. Já tínhamos conseguido a façanha de superar o Botafogo
nas semifinais, que era sem sombra de dúvidas o melhor time daquela competição.
Amarelada, amarelada clássica
mesmo, aconteceu na série B de 2004, quando o Fortaleza mostrou que vantagem
não vale nada, e que leão por leão, o do nordeste ruge muito mais alto.
Amarelada, amarelada clássica
mesmo, aconteceu no campeonato varzearinense de 2008, quando a turma da paquita
vencia a Chapecoense por 2 x 0 em plena Ressacola e, em menos de dez minutos,
tomaram uma virada de 3 x 2 com direito a gol de bicicleta de fora da área e
tudo.
Escrevo isso por que ontem fiquei
com dores no rosto de tanto gargalhar.
Uma onda de euforia tomou conta
da Tapera como se tivessem conquistado a Champions League. Tudo por quê? Por
que conseguiram empatar com o forte e tradicional Guarani da Palhoça.
E, na tentativa de mascarar o
fiasco que tem sido a campanha delas até então, mesmo com as principais
contratações do território barriga-verde, se agarram com unhas e dentes no
improvável que aconteceu ano passado.
Talvez estejam na esperança de que
Sérgio Soares seja defenestrado da Tapera e chamem de volta o Hemerson Maria. Se
fizerem isso, será um efeito placebo que não terá o mesmo impacto do ano
passado. Será algo parecido com o que fez a nossa torpe diretoria, ao trazer
Márcio Goiano para o lugar de Hélio dos Anjos no ano passado. Uma açãozinha
sem-vergonha com o intuito de acalmar a torcida, mas cujo resultado prático
esperado é apenas ver o tempo passar sem tanta corneta soando nos ouvidos.
Buscar um empate quando se está
perdendo por 3 x 0, é quase sempre motivo de comemoração. Quase, e quase não é
sempre.
Um dos jogos mais emocionantes
que assisti no Scarpelli, foi o heroico 3 x 3 que buscamos contra o Vasco no
campeonato brasileiro de 2007, depois de também estarmos perdendo por 3 x 0. No
final ainda teve tempo para uma bicicleta do Jean Carlos e um canudo do Peter
no travessão, que quase nos garantiu uma virada homérica. Mas, sabemos, aquilo é
como a safra da tainha daquele mesmo ano, não acontece todo dia.
E, convenhamos, há uma ligeira –
coisa pouca mesmo – diferença entre o Vasco da Gama e o Bugre da Pinheira.
Após duas derrotas consecutivas,
sendo uma no clássico e outra em casa, com um jogador a mais durante todo o
segundo tempo, o empate de ontem pode servir para duas coisas: encher a turma
da paquita de esperança que novos milagres ocorrerão, ou sentir pena da paquita
por estar tão isolada no meio daquela perebada mal vestida.
Mas eu sou malandro e quase experiente,
já tenho a idade do cara que saiu multiplicando peixes e tal, tenho consciência
de que o maior milagre que sou capaz de executar é fazer o salário durar tanto
quanto o mês, logo, sei que por mais que eu adore tainha, super-safra é
milagre, e milagre não acontece todo dia.
E, admito, vez ou outra sou meio
maldosinho, assim sendo, não, não tenho pena da paquita.
Eu si divirto, só isso.terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
Se a bola não entra, a culpa é de quem: Toscano ou Adilsão?
Na análise mané do jogo contra a
galera do supermercado, dei aquela corneteadinha no Marcelo Toscano, em função
das oportunidades perdidas. Vale dizer que nem foram tantas oportunidades
assim, nossos meias não tem sido um primor na criação de jogadas, tanto que
nossos gols têm saído quase sempre em jogadas de bola parada, o problema que
prejudica a avaliação de Toscano, é que as oportunidades que ele teve foram
claras.
Nisso, muita gente tem contestado
o Adilsão na sua insistência em manter o Toscano como titular, enquanto outros
atacantes estão no elenco e poderiam ser testados também.
Contudo, entretanto, porém e
todavia, analisemos com um pouco mais de critério o misterioso caso do rapaz
que não faz jus a lendária camisa de Albeneir.
Sabemos bem desde 2005/2006, que
o Adilsão gosta de invencionices. Na sua mão, Edmundo – que talvez os mais
novos não lembrem, mas começou bastante contestado pela falta de gols –
desandou em balançar as redes ao ser um pouco recuado, vindo de trás ao invés
de atuar como um atacante clássico. Além de criar muitas oportunidades para o
Adriano Imperador do Estreito, o aproveitamento do animal também cresceu muito
após a modificação tática. Com Adilsão, Marquinhos Paraná só não jogou de
goleiro. Já fez de lateral, meia, volante, zagueiro e até atacante. Nosso
treineiro gosta de jogadores versáteis, que possam cumprir mais de uma função
no jogo. Deste modo, ele – teoricamente - teria a possibilidade de mudar a
concepção tática do time no decorrer da partida, sem precisar sequer efetuar
alterações no elenco, apenas reposicionando os jogadores e tentando, com isso,
desconsertar a marcação adversária. Uma tática que deu muito certo no Scarpelli
em 2006. Carlos Alberto jogava de meia, de volante e de ponta direita. Vez ou outra,
Rodrigo Souto fazia de terceiro zagueiro pela direita, para que o Carlos
Alberto pudesse despejar suas velozes arrancadas em cima das laterais esquerdas
dos nossos adversários, contando ainda com o apoio do Soares. Nosso lado
esquerdo, com Cícero, Marquinhos Paraná e Fininho, tinha uma movimentação
enorme, eram rápidos e extremamente agudos no ataque. Todos tinham futebol para
atuar como meia-esquerda, lateral, ponta e segundo atacante. Em qualquer um dos
casos, centralizado estava o Schwanke, que além de atuar como um 9 clássico,
era muito combativo na disputa de bola com os adversários.
Analisando o primeiro trabalho do
Adilsão na Avenida Santa Catarina, fica fácil de percebermos que ele está
buscando alguma coisa parecida com isso, mas em função das peças que tem a sua
disposição, está encontrando mais dificuldades do que provavelmente imaginou
que teria antes de entregar sua carteira profissional para o RH do Figueira.
Maylson não é Carlos Alberto.
Gerson Magrão não é Marquinhos
Paraná.
Danilinho não é Soares.
Saci não é Cícero.
Ronaldo Tres está a três galáxias
de distância do Rodrigo Souto.
E, mesmo que o Schwanke nunca
tenha sido um primor de qualidade técnica, o Toscano tem penado para se parecer
com nosso antigo camisa 9.
Do atual elenco, o único que
talvez brigasse por uma vaguinha naquele time seria o Tinga. Talvez.
Ao tentar replicar a bem sucedida
fórmula do passado, Adilsão se prejudica pela qualidade do atual elenco.
Marcelo Toscano não é um atacante
ruim, mas tem sido.
Olhando um vídeo dos gols do
rapaz, percebe-se que pelos clubes por onde passou e teve algum sucesso, nosso
atual camisa 9 sempre jogou como centro-avante, o cara centralizado,
posicionado entre a zagueirada adversária.
Vestindo a mais bela camisa do mundo,
Toscano tem jogado com funções táticas diferentes da que ele jogava nos times
em que teve sucesso. Toscano, hoje, atua muito mais como um cara que está em
campo para segurar a subida dos laterais adversários, do que como um camisa 9 de
fato.
Podemos reclamar da pontaria do
menino, não da sua vontade. Toscano se movimenta, cai para os lados do campo,
tenta abrir espaços, mas como nossa criação não anda muito criativa, o rapaz
tem recebido poucas oportunidades. Nas que recebeu, estava caindo pelas
laterais. Mesmo no gol perdido no clássico, ele vinha de uma infiltração em
diagonal, sendo que sua característica era a penetração(ui) vertical.
Adilsão sabe disso, e por este
motivo não sacou o rapaz do time. É provável que nos treinos sempre secretos,
ele tenha percebido que Héber, Eliomar e Cia, não teriam características
técnicas de participarem tão ativamente do sistema tático que está tentando
implantar no Scarpelli, onde a movimentação deve ser a tônica, ninguém tem
posição fixa e o atacante é o primeiro a marcar.
Isso pode vir a dar certo, mas na
tentativa de fazer funcionar, acaba que o Adilsão está sacrificando a principal
função do nosso camisa 9: fazer gols.
Pode ser que, num 4-4-2 clássico,
com o Toscano mais centralizado e o Héber caindo por uma das laterais, o rapaz
desande a fazer gols. Ou não, vai saber.
Contudo, entretanto, porém e todavia,
antes de sairmos corneteando o menino, vamos dar crédito pela sua dedicação
e voluntariedade. Ok, dos atacantes queremos gols, mas o rapaz está cumprindo a
risca o que determina o Adilsão. Dá pra reclamar de muita coisa do Toscano,
menos da sua aplicação tática.
Agora, a única coisa que não pode
acontecer é o Adilsão demorar demais para se dar conta de que as peças que tem
hoje nas mãos, são bem diferentes das que tinha em 2006. Aquele sistema era
ótimo, confundia os adversários e fizemos jogos espetaculares (quem não abre um
sorrisão automático ao lembrar do acachapante 6 x 1 no Palmeiras?), mas não dá
para fazer tainha frita jogando as postas numa frigideira cheia de doce de
leite.
E, talvez, este seja o grande
desafio do nosso treineiro, colocar em campo um esquema tático efetivo, que
respeite as características das peças que hoje estão disponíveis.
A bola tá contigo, Adilsão,
esperamos que, diferente do Toscano, tu faças o gol.
Saudações Alvinegras!
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
A cartilha do Campeonato Varzearinense
Campeonato de tiro curto não
permite bobeira.
Por mais que o varzearinense
comece enquanto a boleirada ainda está se recuperando dos festejos de fim de
ano, a busca e encontro do ritmo e padrão de jogo ideal tem que ser mais rápida
do que eram as arrancadas do Wellington Nem.
Nesse quesito, a Indiarada tá
executando com louvor todo o be-a-bá descrito na cartilha do sucesso para
campeonatos deste tipo.
Começaram a preparação antes dos
demais, e fizeram prevalecer o preparo físico superior, impondo-se com
velocidade e efetividade sobre os adversários. Só conheceram a derrota neste
campeonato uma única vez, justamente contra o Maior de Santa Catarina. Diga-se
de passagem, esta foi a única partida que realmente jogamos bem. Um primeiro
tempo excelente, e um segundo tempo que deu para o gasto.
Campeonato varzearinense pode não
servir de parâmetro para o campeonato nacional, mas sem dúvidas diz muita coisa
sobre como será o desempenho do time ao longo do ano.
Nosso embate regional é
disputadíssimo, times do interior fazem os grandes tropeçarem não apenas nos
gramados de qualidade questionável, mas em adversários teoricamente inferiores
que acabam roubando pontos que fazem falta na reta final.
O jargão surrado já propaga que o
futebol é uma caixinha de surpresas, em Santa Catarina ele é praticamente uma
Caixa de Pandora. A menor bobeada é o suficiente para ceifar dos ditos grandes,
maiores perspectivas dentro do certame barriga verde.
Dito isto, ponderemos:
A galera do supermercado tinha a
obrigação de, mesmo com uma preparação prévia inferior a da indiarada, entrar
rasgando no campeonato varzearinense. Time que está na série A conta com um
orçamento significativamente superior aos demais, isso precisa fazer a
diferença não apenas no bolso dos cartolas, mas também com a bola rolando.
Lembrem-se, alvinegrada, nosso
tri-campeonato (2002-2003-2004) veio após nosso primeiro acesso e, mesmo quando
não levantamos o caneco, o catarinense nunca foi um bicho papão para a galera
do Estreito, em todas as edições dos últimos 15 anos nos mantivemos nas cabeças
da tabela de classificação. Ano passado, mesmo tendo caído na série A, fizemos
uma campanha excelente no varzearinense. Não levantamos o caneco por que alguma
coisa ainda misteriosa certamente rolou nos bastidores. Tudo bem que a turma da
paquita jogou muita bola e mereceu o seu décimo sexto título regional, mas a
apatia com que jogamos as duas partidas não condiz com o futebol que levou os
meninos do Branco até a final. Aliás, a própria turma da paquita serve de
exemplo para a galera do supermercado, só saíram da longa fila de espera por um
título regional, após o acesso à série A, faturando dois títulos
consecutivamente.
Se a bola praticada não é
suficiente para levar um dos turnos, tem que – no mínimo – acumular uma
pontuação que permita a vaga nas semifinais pelo índice técnico.
Neste ponto vamos muito bem,
obrigado.
Nosso futebol está longe de
encher os olhos da torcida e, mais do que isso, nos preocupa bastante ao
pensarmos que a Série B já está se avizinhando. Contudo, mesmo jogando uma
bolinha meia bomba, a alvinegrada do Adilsão está acumulando importantes
pontos. Temos apenas duas derrotas (galera da oktober e galera do supermercado), nos
confrontos diretos contra os ditos grandes, acumulamos duas vitórias (indiarada
e turma da paquita), um empate (bailarinas) e uma derrota (galera do
supermercado).
Diante da regra esdrúxula que
rege nosso campeonato varzearinense, ganhar um dos turnos pouco importa – vide ano
passado -, mas acumular pontos suficientes para a classificação pelo índice
técnico pode oferecer o conforto necessário que a equipe precisa para, na hora
do mata-mata, fazer valer o peso da camisa.
Por esta ótica, se fizermos valer
nosso mando de campo e a tradição das belas cores alvinegras, mesmo que o
Hélder esteja em campo e que o Toscano erre até o nome da sua mãe, precisamos
garantir os 3 pontos contra o time da WEG.
Com mais uma vitória, nos distanciaremos
7 pontos de um dos outros dois que atualmente estão entre os 4 primeiros da
tabela, e praticamente asseguramos nossa vaga pelo índice técnico, ainda mais
com o sofrível desempenho dos outros 3 que, em tese, estariam brigando pela
ponta também.
Ainda mantendo a análise neste
ponto, bailarinas, galera do supermercado e, principalmente a turma da paquita,
já devem estar bem preocupados, especialmente se o resultado do jogo atrasado
que disputarão na quarta-feira, seja qualquer um diferente da vitória. Aí,
amiguinho, pode escrever, a casa vai cair lá na Tapera, Sérgio Soares vai vazar
do sul da ilha, e provavelmente irão flertar o Gilmar Dalpozo, técnico da Indiarada
e que, há pouco mais de dez anos, defendeu a meta do mangue. Se perderem para o
Bugre da Pinheira, a chance de entrarem pelo índice técnico será tão real
quanto a do próprio Guarani, ou seja, bem pequena.
Com o desempenho que tiveram até
aqui, chegará o momento em que para garantirem uma vaga nas semifinais,
precisarão assegurar o título do returno, pois pelo índice técnico vai ser
complicado. E para prejudicar ainda mais a vida desse povinho mal vestido, os
irmãos menores do varzearinense farão de tudo para garantirem nesta reta final
uma vaguinha para a série D, logo, ninguém terá vida fácil.
Resumo da ópera: não há por que
fazer beicinho por não termos levado o turno. Nossa pensamento deve estar em
continuar pontuando bem, e melhorar o futebol praticado na Avenida Santa Catarina.
Já que estamos com uma boa gordurinha, precisamos preparar o time para o
mata-mata, pois a maneira que terminarmos o varzearinense 2013, certamente nos
mostrará o modo como disputaremos a Série B.
Do jeito que temos jogado,
terminaremos 2013 brigando com o Asa de Arapiraca por uma posição sem
importância no meio da tabela, mas podemos e devemos brigar por algo mais.
Saudações Alvinegras!
Análise Mané
Que ia ser um joguinho encardido, todo mundo já
sabia, não tem?
Mas tá na hora dessa raça de preto e branco começar
ficar mais ligadinha, não é por que passamos o turno todo ganhando pontinhos só
por que os outros conseguiam marcar mais bobeira que nós, que isso vai
acontecer a vida toda.
Ontem fizemos outro joguinho miguelento, aquela
coisa meio preguiçosa, meio que esperando a coisa acontecer no cagaço, como
quem joga a tarrafa em fevereiro e fica rezando pra pegar tainha ovada.
Mas, vamos lá:
Ézumonxtro: Douglas Silva, môpombo, parece que isso vai ficar
meio repetitivo. Tudo bem que no jogo de ontem não foi aquela lindeza toda
igual no sábado passado, mas fizesse o teu papel direitinho. Além de marcar
como se espera de um zagueiro, apareceu no ataque para tentar ensinar o
Toscano, deu uma arrancada bonita lá de trás, driblou meia galera do
supermercado, para tentar ensinar o povo da meiúca, e testou uma bola na trave.
Vou te dar um desconto pelo corte seco que o empacotador da galera do
supermercado te deu no segundo gol, vamos fazer de conta que não foi nada por
que tu tens um crédito com a alvinegrada. Mas faz assim, quando voltar, traz um
pãozinho lá da padaria do Angeloni. Vou ficar aqui na torcida para que o
Adilsão encontre um time pra jogar no teu lado, tu merece.
Dazumbanho, ô: Ô Ricardo, vamos fingir que tu não levou no meio
das caneta, beleza? Quando começou o varzearinense te escolhi para alvo da
minha corneta, mas tu tás melhorando, seu danado. No primeiro gol, antes do
escanteio, aparecesse direitinho, fez o que se espera daquele que herda a
camisa do Gavião, e tu não tens culpa se o cara que tinha que marcar o
substituto do Zé Cachaça era o Hélder.
Môquirido – Maylson, ixtimado, valeu a
correria. Todo mundo sabe que a lateral direita não é a tua, mas assumisse a
bronca e, sem frescura, sem nhém-nhém-nhém, tás fazendo muito mais e melhor do
que o Peter-Já-Vai-Tarde. Ainda acho que o Adilsão devia sacrificar outro cara
do elenco na direita, e te aproveitar melhor na meiúca, mas, por enquanto vamos
no esquema tático do “Não tem tu, vai tu mesmo.”. Feio, tu não tá fazendo.
Uh, sua naba, abobado da cebeça! – Ô Hélder, negócio é o
seguinte, quando o Adilsão te mandar marcar alguém na cobrança de escanteio,
quando a bola estiver lá no alto tu pula, pula o máximo que der, e cabeceia a
gorducha com toda a tua força na direção do meio de campo, tá bom, querido? Tu
não tem culpa de ser pereba, a culpa é do Adilsão que sabe disso e ainda te dá
a camisa 6 do Mais Querido, mas não precisa também ser tanso, né ô?! E vem cá,
ô, seu abobado da cabeça, que palhaçadinha foi aquela de fazer cara feia quando
foi substituído, e ainda arranjar um cartão por ter saído se arrastando de
campo? Aquele cartão é que nem tu, seu amarelo! Quando tu é substituído a
alvinegrada fica mais feliz e aliviada do que rapariga que fez bobiça sem encapar
o nego véio, e menstrua depois de uma semana de atraso. Te liga, ô?!
Uh, seu tanso! – Bate a real aí pra
alvinegrada, Marcelo, o “Toscano” do teu nome é um apelido, né? Uma derivação
de “Tosco”, só pode ser. Vai ser madeira de dar em doido assim lá longe, ô.
Fala a verdade, tu se formou na mesma escolinha de futebol onde estudaram Ramom
e Tadeu, né ô dêmonho?
Não me agradax! – Ô Adilsão, já deu de teste, né
ô? Tá na hora desses encostados aí começarem a correr um pouquinho, não acha
não? E manda ozendemonhado lá da frente treinar a pontaria, é só mostrar no
treino lá na Palhoça, aponta pra trave e fala pra eles, “É lá, ó, lá naquele
retangulinho com reidinha no fundo, não tem? Então, pega a bola, segue reto
toda vida e guarda a menina lá no fundo.”.
Não intica! – Héber, negócio é o seguinte,
vou te dá-te um desconto pra ti por que tu ainda tá recuperando o ritmo depois
do atropelamento do ano passado. Mas driblar um goleiro que agarra dereitinho,
e chutar em cima da naba do Fábio Ferreira, não me agrada muito não. Mas tudo
bem, vou fingir que não vi por que o Adilsão inventou de te deixar no banco no
começo, tu entrou meio frio, até engrenar demora uma carinha. Mas não te
encosta, tens que mostrar futeba agora, pra jogar o campeonato que interessa
depois da varezarinense, aquele que chega junto com as tainha, não tem?
Ixtimado! – Rafael Costa, môquirido, tu
salvasse meu fim de semana. Tens direito a duas Brahama litrão lá no bar do
Mateus, por minha conta, ixtimado!
Ó-lhó-lhó, tu vêx, tu vêx – Teve uma racinha aí dizendo no
começo do ano que tinham feito as contratações mais encarnadas, que tinham o
melhor amontoado de boleiros, que iam passear no varzearinense, e vão terminar
a ida do campeonato brigando com Camboriú e Guarani da Palhoça. Não pela ponta,
mas pela rabeira, não tem?
Agora chega de vadiagem, toca pra Palhoça e arruma
a casa aí, Adilsão. No último jogo da ida, temos a obrigação de tarrafear os 3
pontos em cima do time da WEG, para praticamente garantirmos com um turno de
antecipação a vaga pelo índice técnico.
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
Manifesto Alvinegro #03: Quando o futebol deixa de existir
Um menino de 14 anos.
Uma criança.
Sem dormir há dias, de tanta
alegria. A alegria irresistível desde o ano passado, quando seu time se
classificou para a Libertadores da América e, desde então, ele e o pai
começaram a fazer planos de como seria legal acompanhar no estádio o time dos
seus corações. A ansiedade pela definição dos times que comporiam o grupo. De
repente, aparece o Corinthians no meio do caminho, ao mesmo tempo em que se
sentiram assustados por terem que enfrentar o atual campeão das Américas e do
mundo, ficaram ainda mais eufóricos pensando: “Se queremos ser grandes, temos
que encarar os grandes. Que venha o Corinthians!”
E, desde então, aquela ansiedade
gostosa que só sente quem ama o futebol.O menino foi para a escola com a camisa do seu clube, ligou para o primo que torce para o time rival tirando um sarro, dizendo que não poderia encontrá-lo na quarta, pois naquela noite o seu San Jose entraria em campo pela Libertadores. Coisa de time grande, ele disse para o primo que torce para o outro time, um qualquer que não se classificou.
Naquela semana a cidade só falou
disso.
As rádios, os canais de TV,
naquela semana o único assunto possível era o embate entre o modesto San Jose
contra o poderoso e milionário Corinthians.
A cidade parou.
O país inteiro estava atento.
O coração do menino bateu
apertado quando se aproximou do estádio, olhava com um sorriso que não cabia no
rosto para o seu pai, também eufórico.
Viu a torcida de azul tomando as
ruas, os espaços ao redor do estádio.
Não era qualquer time, era o seu
San Jose, prestes a enfrentar o atual número 1 do mundo, prestes a se tornar –
para ele – o maior do mundo também.
Aquele cheirinho de estádio, das
comidas vendidas nos arredores, as bandeiras amarradas nas costas que enchem os
torcedores de superpoderes, um batalhão de pessoas vestindo as suas camisas da
sorte, aquelas que de jeito nenhum perdem jogos e, quando perdem, a culpa é do
juiz, pois o seu time só perde quando você não está com ela.
Ele estava com ela, a sua camisa
da sorte, aquela imbatível que faria a diferença para que seu time tivesse
forças para enfrentar o poderoso Corinthians.
Arquibancadas lotadas, a torcida
gastando suas cordas vocais, o estádio pulsando.
O time entra em campo, foguetes
espocando no ar, é “La Tenebrosa”, como é conhecida a torcida, dando as boas
vindas e enviando energia positiva para que seus onze Davis tenham força
suficiente nos seus estilingues e derrubem os onze Golias de preto do outro
lado do campo.
O menino está emocionado, aquele
nozinho na garganta que todo mundo que frequenta arquibancadas já sentiu alguma
vez na vida. Olha outra vez para o pai, essa noite vai ser nossa, ele diz.
O juiz apita, o coração dispara.
Ele se estica para poder enxergar
o campo, tá todo mundo de pé, cantando, pulando, vibrando, jogando junto.
Mas não é a toa que os caras de
preto são os maiores do mundo, não se passaram nem cinco minutos e eles já
dominam o jogo, já criaram oportunidades.
Mas é o nosso San Jose, nós vamos
conseguir, nós somos grandes também!
Uma bola na área, SAI, o menino
grita para que seu grito ajude a afastar a bola da área. Não afastou, mas seu
grito fez com que o primeiro errasse a bola, ele sabe, foi o seu grito que
atrapalhou o cara de preto, mas tem outro ali no meio, um que a despeito dos
onze guerreiros do San Jose, traz Guerrero também no nome.
Gol deles.
A torcida de preto pega fogo,
gritam, calam os de azul e branco.
O menino olha para o pai como
quem pergunta, vamos virar, né pai?
Mas o pai não pôde responder. A
partir daquele momento o mundo calou.
Foi um segundo, uma faísca, um
tiro e o futebol deixou de existir.
E, a partir daquele momento, nada
mais teve importância.
Uma bola de fogo atravessa o olho
para cegar o futebol, calar, ensurdecer, acabar.
Não existe mais camisa
adversária, não existe mais a minha camisa.
Não existem mais Davis nem
Golias, grandes nem pequenos.
A Copa, a despeito do seu nome, não
liberta, mas prende para sempre o grito de gol.
O futebol deixa de existir.
Um menino de 14 anos.
Uma criança.
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
Sejamos veneno, não soro antiofídico.
Joguinho bom esse que nos espera
Apesar do alerta feito no post
anterior, acerca das melhorias urgentes que necessitamos, vamos enfrentar a
galera do supermercado no meio de uma grande turbulência.
O pessoal do sul do estado está
numa crise braba. A paciência com Comelli já não é mais a mesma e as vaias são
mais ouvidas do que os cânticos de apoio da torcida.
A derrota de ontem para o até
então lanterna do campeonato, fez iniciar a contagem regressiva para a casa
cair. Eles sofrem de uma mal que as torcidas dos dois lados da ponte conhecem
bem, desmanche de um time ajeitadinho para recomeçar tudo do zero nas vésperas
de uma série A. Situação delicada que costuma ser o primeiro capítulo da
cartilha do rebaixamento.
Mas não temos nada a ver com
isso.
Jogar lá nos remete a ótimas
lembranças desde as invasões alvinegras de 93 e 94, e mais um caneco em 2008.
Contudo, entretanto, porém e
todavia, não podemos tomar por parâmetro a pelada de ontem que garantiu ao
Guarani a esperança de se manter na primeirona do varzearinense, pois vale
lembrar que no último domingo, mesmo saindo derrotada de campo, a galera do
supermercado fez uma grande partida e esteve na maior parte do tempo a frente
no placar. Para azar deles, a pontaria das bailarinas estava bem calibrada,
diferente daquela que o nosso querido Toscano tem demonstrado. E já haviam
jogado muito bem também contra a turma da paquita, ou seja, contra os grandes
do estado, eles se empolgam. Sem contar que nada como uma vitória em cima de um
dos postulantes ao título para dar uma acalmada na turbulência. Jogo importante
é igual veneno de cobra, dependendo da dose vai da morte à cura. Não nos
façamos, pois, de soro antiofídico para o tigre de bengala.
O cuidado agora é evitar o
oba-oba. Sabemos que nosso time está longe do ideal e está mais do que na hora
de acrescer bom futebol aos pontos ganhos, até por que o segundo não se
sustenta por muito tempo sem o primeiro.
Saudações Alvinegras.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
Tá bom, mas não tá
Chega de clássico, vencer delas é
sempre divertido, mas não podemos tomar por redenção a vitória conquistada em
um jogo fraco tecnicamente em cima de um adversário desinteressado na partida.
Ganhar da turma da paquita é
sempre bom, mas se nosso objetivo é levantar o caneco e voltarmos à disputa
pela hegemonia no certame regional, muita coisa precisa ser melhorada.
Somos os únicos com alguma
possibilidade de tirar o turno da Indiarada, e talvez até consigamos se eles
derem bobeira, mas um triunfo nessa altura do campeonato pode acabar mascarando
muita coisa que precisa ser melhorada (vide 2008 e 2012).
Embora estejamos lá em cima,
conquistamos algumas vitórias em jogos sofríveis e temos melhorias urgentes a
serem feitas. Nossa lateral tá parecendo a Ponte Hercílio Luz, sempre em
reforma, mas nunca fica pronta. O Peter já mostrou que não leva jeito pra
coisa, e o Hélder, bem, o Hélder é aquilo mesmo, já sabemos há tempos. Pode
chamar de pereba, dizer que não sabe cruzar, que é frouxo na marcação, o que
for, só não vá dizer que o rapaz é mentiroso, pois ele deixou isso tudo claro
desde sempre. Tínhamos o Marquinhos, da base, que na minha apurada percepção
futebolística, poderia ter sido aproveitado, testado no catarinense para, quem
sabe, acontecer na Série B. Lembram do Lucas? Mas preferiram emprestá-lo para o
Sobradinho para ganhar quilometragem rodada. Meu amigo, na boa, se é para o
moleque ganhar experiência empresta para algum do interior de São Paulo. Lá,
pelo menos ele enfrentará Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Santos e outros
mais enfezadinhos, como tem se mostrado a Ponte Preta no Paulistão deste ano.
Mas, para o Sobradinho? Jogando contra: Legião, Ceinlandense, Luziania, Unaí???
O máximo que ele vai conseguir é cancha para encarar um Concórdia ou União de
Timbó.
Colocar o Maylson na direita pode
quebrar um galho, mas sacrifica um cara que poderia se destacar mais na função
que era a dele, e sempre que jogou lá, fez boas infiltrações e ainda marcou
dois gols. Ao que me consta, André Rocha é o novo candidato para o trono de
Bruno, nosso Papa da lateral direita que renunciou para passear nas
Laranjeiras. Vamos ver se dessa vez, com André Rocha, sai a fumacinha branca.
Creio que também um pouco de
ousadia pode nos cair bem. Ao invés de Felipe Nunes, Danilinho, que tal dar uma
chance para o Dolem? Vai que a sagrada camisa de FernanDEZ encontre um sucessor
vindo das gramas da Palhoça?
Não temos preparação física,
temos preocupação física. A elegante galera de preto e branco não teria pique
para aguentar uma correria como foi o jogo das Bailarinas X Galera do
Supermercado. Puta jogaço, aliás!
Enfim, a pontuação está legal,
temos mesmo que acumular a gordurinha, mas sinceramente, prefiro que a gente
entre pelo índice técnico do que pela conquista de um dos turnos. Não ficar em primeiro vai nos servir um belo prato de cautela e fincar os pés da galera de preto e branco no chão.Já passou da hora dos meninos de Adilsão passarem a correr como Soares e Carlos Alberto, desarmar e sair jogando como Rodrigo Souto, armar como Marquinhos Paraná e botar a bola pra dentro como Cícero e Schwanke, do mesmo jeitinho que ele fez em 2006.
Fato é que, com o primeiro turno
já praticamente terminado, não podemos nos contentar com apenas 45 minutos
jogados do jeito que gostaríamos de ver nosso time jogando sempre, como foi no
primeiro tempo contra a Chapecoense. Aquela deve ser a nossa regra, não a
exceção.
domingo, 17 de fevereiro de 2013
Análise mané do clássico, não tem?
Não foi aquela coisa toda, mas
valeu pela diversão.
Um joguinho feio e que, não fosse
pelo adversário, teríamos achado um jogo muito do sem graça.
Mas, apatias a parte, é possível
sim, vislumbrar aspectos positivos.
Façamos pois, uma ponderação mané
para detalhes que merecem destaque:
ÉZUMONXTRO! – Douglas, môpombo,
arrombassi! Perfeito na marcação, não errou uma bola, fez o gol da partida e
ainda deu um belo chega pra lá na Paquita. Quesito Xerifão: Dez, nota dez!
DAZUMBANHO, Ô! – Esta vai para o
Adilsão. Apesar de não ter sido um primor de partida, percebe-se uma franca
evolução no nosso futebol. Além do mais, brincou durante a semana que faria
marcação individual numa das meninas de azul, mas experiente que é, sabe que
paquita velha não assusta ninguém.
MÔQURIDU! – Ricardo, nosso novo
arqueiro pode ainda estar longe de merecer ouvir o canto das arquibancadas: “Não
é mole não, o meu goleiro voa como gavião!”, Mas fez ontem a sua melhor partida
com a camisa um do Figueira. Foi bem pouco acionado, é verdade, mas quando foi
mostrou segurança e, em ao menos uma oportunidade, fez uma grande defesa.
IXTEPÔ! - Não é que o Saci foi
bem na meiúca? Sem contar o passe perfeito para a testada do Capita!
UH, SUA NABA! – Ô Hélder, vamos
treinar esses cruzamentos aí, vamos? Tu ficas fazendo o que lá na Palhoça?
Pensando na Pinheira? Quando for pra lá vê se treina, meu filho, tá feio o
negócio.
UH, SEU TANSO! – Ô Toscano,
aquilo é gol que se perca, demonho?
ABOBADO DA CABEÇA! – Que palhaçadinha
é aquela de abraço no João Azulejento no meio do campo? Táx tôlo, táx?
NÃO INTICA! – A paquita anda
menos fanfarrona. Desistiu das declarações polêmicas e tem andado mais comedida
em frente aos microfones. Melhor assim. Não intica não que eu prometo que a
gente ganha de pouco, mas cuidado, se inticar eu mando soltar o Douglas Silva
em cima de ti. Ah, ficou com medinho, né?
Ó-LHÓ-LHÓ, TU VÊX, TU VÊX! – Adriano
Chuva? Garoinha não seria mais apropriado? Daquelas bem fininhas, que não
precisa nem de guarda-chuva por que não molha nada.
MOFAX! – Tabu? Tá bom, tá bom.
Senta lá no canto, tá quiridu, que agora o tio não pode brincar.
Outrossim, vale destacar a bela
festa da nação alvinegra que, mesmo sem papel picado se impôs do início ao fim
como só fazem os maiores.
Do outro lado do campo, tava tudo
tão quietinho... Por que será?
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
Quando o Gigante entra em campo
É injusto, eu admito.
Mas nós somos assim mesmo, aquela
arroganciazinha de quem tem a exata dimensão da própria grandiosidade.
Aí elas tentam encontrar
motivação no fato de nosso time ser todo novo, mas a gente sabe, lá no lado sul
de cada um dos poucos que são, estão apertadinhos de dar dó.
Pois por mais que sejam novos os
camaradas a trajarem o mais belo manto do mundo, do lado menor da arquibancada
do Scarpelli, a torcida menor sabe que haverá o amparo daqueles que fazem do
Figueira o maior de todos: Nós, a torcida.
Somos um gigante grosseiro e sem
jeito no trato com a dama do outro lado da linha divisória do gramado.
A gente não leva pra jantar, não
manda flores, simplesmente pegamos a safadinha, jogamos na cama, usamos e
mandamos embora da nossa casa. Esse é o praxe.
Acontece que nas últimas vezes
andamos ressabiados com a Maria da Penha, e as deixamos acreditar que têm
chances no nosso quintal, mas não é bem assim. E não sou eu quem diz, é a
história.
Nós brincamos no nosso quintal,
onde temos um vasto histórico de domínio absoluto, tanto quanto no mangue
longínquo onde moram as meninas.
Somos cruéis, eu sei. Mas faz
parte do nosso charme, parte do nosso show, fazer o quê?
Mas acontece que as meninas estão
todas faceirinhas, em parte pelo fato de nossos jogadores terem chegado há
pouco na Avenida Santa Catarina, em parte por causa da paquita.
Mas nós, experientes que somos,
sabemos bem que paquita velha não serve nem pra show da Xuxa, muito menos pra
Playboy. Ainda mais em épocas de BBB. Serve pra quê, então?
Pra clássico? Sabemos que não.
Pra vender pinga em Biguaçu?
Talvez.
E se escondem na euforia meio burra que
antecede a surra, mas no fundo sabem que por mais novatos que sejam os nossos
jogadores, eles vão estar amparados pelo gigante.
O gigante estará presente no ar
que elas vão sentir ao respirar.
O gigante estará presente no
preto e branco da camisa dos novatos.
Mas, principalmente, o gigante
estará nas arquibancadas.
O mesmo gigante que esteve lá a
cada triunfo e esporádicos insucessos.
O gigante tem voz forte, canta,
grita e não se cansa.
O gigante não vai poder levar
papel picado para sua festinha particular.
Azar delas, o gigante queria
tanto levar papel picado, que na falta deste terá que picotar a turma da
paquita.
É que gigante é assim mesmo, indelicado
e quase desastrado, tanto que sai pisoteando as coisas pequenas.
Coisas da vida, e a vida é dura!
Elas vão ficar nervosas, vão
lembrar do créu.
Mas nós, no alto da nossa
grandeza olharemos pra baixo e, ao observá-las, pensaremos: “Quem dança créu é
periguete.”
Ok, vocês pediram, MC Adilson
dará um trato nas periguetes.
Do jeitinho que elas gostam.
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