quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Cagaço de Véspera

A turma da paquita tem por hábito retratar nas calças o tanto que se borram cada vez que nos enfrentam. Fregueses de velha data, com esporádicos triunfos, tão raros que quando acontecem causam um ataque de faniquito nas meninas, uma histeria coletiva que os faz delirar serem mais do que de fato são.

Mas eis que do ano passado pra cá, deram para utilizar de uma estratégia curiosa, para dizer o mínimo. Nos rotulam como super-máquina de jogar futebol, já antevendo uma preciosa justificativa para o revés que comumente enfrentam cada vez que nos encontramos pelos gramados do mundo.
Ano passado, nos chamavam de Barcelona. Interessante notarmos que em nenhum momento este apelido veio de nós, mesmo quando passeamos no turno e returno do campeonato, não nos considerávamos um time pronto e, ciente que somos da distância que há entre a grandeza das nossas belas cores alvinegras, com a limitação técnica do futebol praticado no campeonato varzearinense, sabíamos que todo aquele êxito não significaria muito para os desafios que enfrentaríamos nos meses seguintes durante o Campeonato Brasileiro.

A prova retumbante do quão distante o nosso time estava do ideal, foi o desempenho pífio nas duas partidas finais do varzearinense. Nós sabíamos disso, eles acreditavam que de fato éramos muito superiores aos demais barrigas-verde. Sim, no âmbito regional, éramos melhores do que eles, do que todos os outros, mas isso não significava – como o restante do ano bem comprovou – que tínhamos um bom time.
Mas façamos algumas observações importantes antes que as meninas do sul da ilha comecem a ter ataques de pelanca. Por mais esdrúxula que sejam as regras do campeonato varzearinense, nossos mandatários aceitaram e assinaram o documento que o regulamentava, logo, a vitória da turma da paquita foi justa e meritória. Num caso raro de se ver, jogaram melhor do que nós e fizeram por merecer a taça levantada.

Mas o que eu quero dizer é que em nenhum momento nós, alvinegros, nos comparamos ao time espanhol, essa foi uma comparação vinda deles, para justificar o infortúnio que tinham certeza que teriam ao nos enfrentar.
Este ano, viramos para eles o Carrossel. Já vi vários deles falando em tom de falsa ironia sobre o Carrossel Alvinegro. O nome científico deste movimento advindo da Tapera, é: Cagaço de Véspera.

Não encontrei ainda um representante da maior torcida de Santa Catarina, dizer-se satisfeito com os meninos do Adilsão. Vimos alguns pontos positivos, algumas qualidades individuais, mas o somatório destas parcas boas novas ainda está muito distante do que esperamos do nosso time. Ainda não temos um padrão tático definido, ainda não temos uma referência dentro do elenco, ainda não sabemos qual é o nosso time titular, ainda nos ressentimos do destrato que sofreram nossos ídolos recentes e, mesmo assim, para disfarçar a tremura nas pernas eles gostam de nos adornar com adjetivos que nós nunca usamos para nos qualificarmos.
Tudo bem, sem problemas.

Atualmente estamos acima delas na tabela, mas no frigir dos ovos nosso time está menos ajeitado do que o deles. Estamos lá mais pela incompetência alheia do que por méritos do nosso esquadrão. Mas não nos faremos de rogados, não querem os pontos, deixem-nos nas bandas do Estreito, então. Faremos bom uso deles.
Quanto a turma da paquita, toda serelepe por causa do triunfo recente no nosso território, vale lembrar que em 2006, vestia alvi-negro também um amontoado de jogadores então desentrosados, desconhecidos de todos nós, mas que sob a batuta do mesmo Adilsão, aplicaram um catequético 4 x 1 na turma da paquita.

3 comentários:

Marcelo disse...

Muito show seu texto.
Vou visitar mais o blog. Parabéns. Torcemos para que a vitória de amanhã, seja, também, catequética. Estou cansado do ataque de faniquito nas meninas toda vez que falam de clássico. Ta na hora de dar um basta no ataque de pelanca!!!

Luiz Ernesto disse...

Dissestes tudo e um pouco mais, essa cacalhada banguela gosta de nos supervalorizar antes dos clássicos, dai tendo motivos em caso de derrota!

Nadya Polli disse...



Texto genial.